A Central do Biel – Museu de Arqueologia Industrial está aberta ao público desde 29 de setembro, dia em que foi inaugurado o espaço museológico e centro interpretativo daquela que foi a primeira central hidroelétrica de produção de energia pública do país.
O processo de requalificação, que decorreu entre 2021 e 2024, está concluído permitindo o usufruto pelo público, não apenas do Museu de Arqueologia Industrial, que preserva a memória da primeira central hidroelétrica e da fábrica de curtumes que ali funcionou, mas também toda a zona envolvente da chamada Quinta do Granjo.
Assim, para além da musealização Central do Biel, um pouco por toda a área envolvente foram musealizados velhos percursos e diversos elementos da arquitetura popular de produção típicos da Região Demarcada do Douro, onde a Quinta do Granjo se encontra inserida, privilegiando sempre a recuperação das estruturas com recurso às técnicas e aos materiais originalmente utilizados.
Quem visitar este espaço irá “encontrar a esmagadora maioria dos mecanismos oitocentistas que fizeram desta central a primeira central hidroelétrica portuguesa. Tudo o que temos aqui do ponto de vista da arqueologia industrial não existe em mais sítio nenhum de Portugal” disse Vítor Nogueira, diretor da Central do Biel.
Mara Minhava, Vereadora da Cultura, sublinhou que “depois de décadas de abandono, que levaram a um elevado estado de degradação, com perseverança e resiliência e o saber de quem nos acompanhou permitiu que conseguíssemos restaurar milhares de peças, preservando um importante património arquitetónico e social de Via Real”.
A Vereadora da Cultura afirmou ainda que este projeto “é especial para Vila Real, para a região e para o país. Depois de um enorme esforço conseguimos abrir a Central do Biel que, estou certa, será o próximo ex-libris de Vila Real, porque houve aqui um enorme trabalho de análise histórica e arqueológica”, salientando que “ foram aqui restauradas milhares de peças e são essas peças que permitem contar a história do que aqui se passou”.
Recorde-se que a primeira central hidroelétrica portuguesa entrou em funcionamento em Vila Real em 1894, por iniciativa de Emílio Biel, mantendo-se em funcionamento até 1926. Em 1932, José Pires Granjo, um industrial vila-realense, adquiriu a propriedade, e ampliou as instalações para criar no local uma fábrica de curtumes, aproveitando a força motriz da antiga central e preservando desse modo a maior parte dos maquinismos oitocentistas. A fábrica de curtumes funcionou até meados da década de 1950. Depois disso, as estruturas entraram num gradual processo de abandono, que seria revertido a partir de 2017, com a classificação de todo o conjunto como de interesse municipal e o subsequente processo de requalificação, concluído em 2024.
A Central do Biel – Museu de Arqueologia Industrial tem entrada livre e gratuita para visitas individuais e visitas de grupos até cinco pessoas. Visitas de grupos acima de cinco pessoas deverão ser previamente agendadas.
Mais informações em www.centraldobiel.pt