Nos próximos dias 5 e 6 de maio terá lugar em Vila Real a VI edição da Mostra Musical do Eixo Atlântico, com o número recorde de mais de 300 participantes, que quase duplica os da primeira edição, realizada em Vilagarcía de Arousa em 2008. Desde então, mais de 1.200 jovens até aos 18 anos participaram na Mostra Musical do Eixo Atlântico. Em Vila Real haverá representantes de 20 cidades, que levarão a cabo um total de 41 atuações nos dois dias da Mostra.
Refira-se que este certame se realizou, desde a primeira edição, no município galego de Vilagarcía de Arousa, pelo que Vila Real será a primeira cidade a receber este grande evento que agora inicia uma nova fase que passa pela descentralização, como forma de discriminação positiva e de reforço da coesão social territorial.
Por ocasião da apresentação pública da presente edição, Xoan Mao, Diretor-geral desta organização transfronteiriça, referiu que “no Eixo Atlântico nada acontece por acaso, prima-se pela qualidade”, e a escolha de Vila Real é um bom exemplo disso mesmo, “Vila Real é uma cidade de referência tanto no Norte de Portugal como no seio do Eixo Atlântico”, concluiu. José Maria Magalhães, vereador com o Pelouro da educação e Juventude, frisou a sua “satisfação com esta delegação de competência que o Eixo Atlântico fez no Município de Vila Real”, pois para a autarquia Vila-realense “a educação para as artes tem um papel diferenciador”, e “os frutos do investimento efetuado no apoio às artes em geral e à educação musical em particular têm sido muitos”, referindo-se concretamente aos inúmeros prémios que jovens músicos Vila-realenses têm arrecadado em importantes certames, um pouco por todo o mundo.
Eugénia Almeida, vereadora com o Pelouro da Cultura, deixou também uma palavra de agradecimento ao Eixo Atlântico pela confiança que tem depositado no Município de Vila Real, referindo também o exemplo da Capital da Cultura do Eixo Atlântico, que decorreu na capital transmontana em 2016. Eugénia Almeida referiu que “trazer até Vila Real, até um grande equipamento de referência como é o Teatro de Vila Real, um evento desta envergadura, enche-nos de orgulho e dá-nos a responsabilidade de fazermos cada vez melhor”. A vereadora deixou ainda uma palavra de “agradecimento a todos os professores dos conservatórios porque formam músicos de qualidade”, e ao Conservatório Regional de Música de Vila Real, em particular, que tem conseguido elevar a fasquia ao ajudar a formar tantos músicos de qualidade.
Recorde-se que esta Mostra Musical se realiza de dois em dois anos com a finalidade de valorizar os músicos dos conservatórios e das escolas de música municipais, apoiando os intérpretes que pelo seu valor e interesse possam contribuir para a divulgação do gosto pela música clássica e o jazz, favorecendo a inovação, a qualidade, a interação e a renovação no panorama musical do Eixo Atlântico.
O certame é dirigido a jovens intérpretes que estudam nas Escolas de Música ou Conservatórios Profissionais (no caso da Galiza) e Escolas Profissionais e Conservatórios (no caso de Portugal), pertencentes aos municípios membros do Eixo Atlântico.
Para a organização da Mostra Musical o Eixo Atlântico conta com a colaboração da Casa da Música (Porto) e da Xunta de Galicia, através da Secretaría Xeral de Cultura. O Município de Vila Real contou com o apoio do Conservatório Regional de Música e do Regimento de Infantaria nº 13.
HOMENAGEM: NEMESIO GARCÍA CARRIL
Em cada edição a Mostra Musical do Eixo Atlântico presta homenagem a uma personalidade relevante da música clássica ou jazz da Euro-região. Este ano o homenageado será Nemesio García Carril, artista e professor natural de Santiago de Compostela com uma longa carreira em canto, regência, composição e musicologia e reconhecimentos a nível nacional e internacional.
Entre 1968 e 1980 Nemesio García Carril foi maestro-diretor da capela de música da Catedral de Santiago.
Foi professor nos Conservatórios de Ponteareas (Pontevedra) e Santiago, professor titular do IES "Rosalía de Castro" de Santiago, Instituto Espanhol de Lisboa e membro da missão cultural da embaixada de Espanha em Portugal.
Pertence à Associação Portuguesa de Pedagogia Musical.
Atualmente é catedrático do IES "Pai Suárez" e professor colaborador da Universidade de Granada.
Prémios:
1º Prémio Himno Sta. T. Jornet e Ibars 1973.
Premio para a melhor música do "1º Festival Internacional da Canción de Pontevedra", 1977.
Prémio da Crítica Galega de 1984.
Obras:
Transcrição dos Cantorales 5º e 6º de Polifonía do século XVI e do 2º livro de Órgano (obras de J. Sánchez) do século XVIII do Arquivo Histórico da Catedral de Compostela.
Bandas sonoras das series para TVE:
-A filha do mar de Rosalía de Castro em 1976,
-Os Gozos e as sombras, de Torrente Ballester em 1982,
-Musical A Nai: guião de Bernardo Vilariño e texto de Antón de Santiago, em 1998.
Gravação de música própria de quatro poemas de Rosalía de Castro com a soprano Maruxa Villanueva e Professor da Orquestra Rádio Nacional. Gravação do disco "Grandes obras musicais do s. XIX na Catedral de Santiago" para o VIII centenário do Pórtico da Gloria (Orquestra Manuel de Falla de Madrid e Orfeón Terra a Nosa de Santiago).
TRÊS CATEGORIAS
Os participantes são adscritos às diferentes categorias segundo a modalidade de interpretação: solistas, agrupamentos menores e agrupamentos maiores. Os solistas, por sua vez, repartem-se em quatro grupos por idade.
Solistas: quatro grupos diferenciados, em função da idade dos participantes:
• Grupo A: até aos 10 anos
• Grupo B: dos 11 aos 12 anos
• Grupo C: dos 13 aos 15 anos
• Grupo D: dos 16 aos 18 anos
• Agrupamentos menores: serão compostos por um mínimo de 2 e um máximo de 6 membros.
• Agrupamentos maiores (orquestras, bandas, ensembles, etc.); mais de 6 membros, não tendo limite o nº máximo de participantes.