Acaba de chegar à nossa mesa de trabalho o livro Farrusco – Um cão de gado trasmontano, o último trabalho de Isabel Maria Fidalgo Mateus, aparecido com a chancela da Gráfica de Coimbra.
Isabel Mateus, que nasceu em 1969 nas Quintas do Corisco, Torre de Moncorvo, trabalha e vive em Inglaterra, mas a realidade rural trasmontana com que conviveu na infância está bem presente em toda a sua obra e também nesta novela, que narra a história de um cão de gado, que faz lembrar em muitos momentos o conto "Nero", dos Bichos, de Miguel Torga, incluindo a tocante cena final da morte do cão.
O livro conta com sugestivas ilustrações de Cristina Borges Rocha.
Este é o sétimo livro da autoria de Isabel Mateus, e quinto de ficção de raiz trasmontana, depois de Outros contos da montanha (2009), O trigo dos pardais (2010), A terra do chiculate (2011) e Contos do Portugal rural (bilingue, 2012).
António Fortuna, que junta à sua condição de pedagogo as de poeta e ficcionista, acaba de publicar o seu sexto livro, saído, como os restantes, na Tartaruga, a operosa editora de Chaves, com capa de Espiga Pinto.
Intitula-se O sétimo sentido e é um livro de difícil catalogação. Pode-se pensar que se trata de uma pequena novela, aliás de acção muito escassa e lenta, centrada na figura do advogado Dr. Daniel. Mas na verdade, esta obra é mais um ensaio, um conjunto de reflexões oportuníssimas sobre a busca de valores como a autenticidade, a honestidade, a solidariedade, e o rebater dos vícios opostos. Poderíamos de certa maneira defini-lo como um manual de sobrevivência moral da humanidade.
Como diz Henrique Morgado, no texto da contracapa: «Há livros que veiculam mensagens e tocam fundo na alma humana. Livros, cujas páginas ressumam vida e fomentam os ideais de justiça, liberdade e altruísmo, ao mesmo tempo que apelam à lucidez e denunciam a maldade, a ganância, o egoísmo.»
António Fortuna tinha publicado até agora: Da rua dos poetas (poesia, 2005), O senhor da Terra Quente (contos, 2006), A chave do degredo (poesia, 2007), Frescos da memória (contos, 2009) e Sonata do Douro (poesia, 2010).
Com a chancela da Âncora Editora, acaba de sair o primeiro tomo da obra A Idade Média no distrito de Vila Real, da autoria do notável arqueólogo vila-realense, Mons. João Parente. É um grosso volume de quase 900 páginas, em que são recolhidos documentos de grande importância para a história da região e mesmo do país. Trata-se de documentos em latim, principalmente forais, publicados lado a lado com a sua tradução para português, datados entre o ano 569 e o ano 1278.
A obra completa consistirá em quatro volumes, que irão surgindo regularmente, constituindo, no final, uma obra de grande envergadura, comparável às Memórias Arqueológicas do distrito de Bragança, do Abade de Baçal, e à Bibliografia do Distrito de Bragança, de Hirondino Fernandes.
Na opinião da Doutora Olinda Santana, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, é «uma obra capital para o conhecimento histórico, linguístico e artístico de uma zona geográfica importante de Trás-os-Montes».
Com a publicação desta obra, a Âncora Editora honra a sua tradição de grande carinho pelos escritores e temas trasmontanos.
O júri do Prémio Literário António Cabral decidiu, por maioria, galardoar Ensaio sobre o Comprimento do Silêncio, assinado sob o pseudónimo de Maria Inês Finisterra, da autoria de Daniel Gonçalves.
Conjunto coerente em dois andamentos, surpreende pelas imagens e ritmo, mesmo encantamento. Entre micro-recorrências, numa existência de mar sonhando montanha, descreve-se ausência de um tu figurada no «mistério da cadeira vazia», em compacto poema em prosa, lúcido, contido, sem pathos.
Foi apresentado no dia 28 de Março de 2013, no Museu do Som e da Imagem, em Vila Real, o n.º 26 da Colecção Tellus, do Grémio Literário Vila-Realense. Trata-se de uma antologia, organizada por A. M. Pires Cabral, de textos de 44 escritores da nossa região, intitulada Bestiário trasmontano e alto-duriense. São textos sobre os mais diversos animais, nobres e humildes, domésticos e bravios. Os textos, ordenados por ordem cronológica do nascimento dos autores, vão desde Camilo Castelo Branco (1825) a Isabel Mateus (1969).
Na antologia foi dado lugar a textos habitualmente não presentes, como os de literatura infantil ou de linguagem popular. Está também representado um texto em mirandês, a segunda língua oficial do país, da autoria de Fracisco Niebro.